Segue abaixo versão nossa para poema de Rumi, retirado do Divan de Shams. O poema pode ser encontrado aqui em inglês e aqui em espanhol, em versão estendida. O giro sufi que ilustra o post é "Whirling Dervishes", pela artista polonesa Jolanta Shiloni, e foi extraído aqui.
Através da eternidade
Jalal ad-Din Rumi
Através da eternidade,
em meio ao nada,
o rosto dele
a beleza desvela:
com um espelho diante de si
contempla-se embevecido.
Ele conhece e é conhecido
o observador e o observado:
exceto o seu
nenhum olho
vasculhou este universo.
Todas suas qualidades
encontram uma expressão
e nos verdes campos
do tempo e do espaço
a eternidade se revolve.
É o amor
o jardim que dá vida
a este mundo.
Galhos, folhas e frutos
revelam aspectos de sua perfeição:
de majestade falam os ciprestes
de beleza, falam as rosas.
Para onde quer que a beleza olhe,
o amor lá estará:
- e se acende à visão
das faces rosadas da beleza.
Quando a beleza penetra
na escuridão dos vales noturnos
o amor lá estará:
- e libertará
corações enredados.
Beleza e amor
são
corpo
e
alma.
A beleza
é a
mina
o amor
é o
diamante.
Lado a lado caminham juntos
desde o começo dos tempos.
Abandona tuas preocupações
e teu coração estará limpo.
Limpo como a superfície
de um espelho sem reflexo.
Se queres um espelho claro
contempla
tua verdade
refletida.
Se o metal pode ser polido
para se fazer
espelho
que polimento
para se fazer
espelho
requer o coração?
A única diferença,
entre espelho e coração:
- o coração
oculta
segredos
o espelho
não.
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