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sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Por uma democracia religiosa


Publicamos agora o trecho de uma entrevista concedida em 2010 pelo intelectual iraniano Abdolkarim Soroush, tendo como tema o secularismo. Crítico do regime teocrático do Irã, Soroush defende um Estado laico onde as diversas religiões possam coexistir. A íntegra da entrevista, com outras opiniões do pensador, pode ser lida através do link indicado no final do post.

Secularismo político versus secularismo filosófico

Pergunta: Dr. Soroush, você disse que, falando do ponto de vista político, você é um secularista. E o ponto crucial da discussão parece ser a separação entre Estado e religião. Qual é exatamente a polêmica entre os intelectuais?

Resposta: Na verdade, não há polêmica. Talvez algumas pessoas queiram polemizar. É justamente por causa disso que levantei a questão do "secularismo político" contra o "secularismo filosófico", de modo que as coisas fiquem mais esclarecidas. Assim, as pessoas poderão entender em que sentido nós somos secularistas, e em que sentido nós não somos.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

O poeta e os anjos


O trecho abaixo é um fragmento do poema "Uivo" (Howl), de Allen Ginsberg (1926-1997), poeta da Geração Beat. Em meio a seus versos de teor subversivo e irreverente (a publicação do poema rendeu um processo judicial por obscenidade em 1957), há a referência a uma experiência transcendental vivida por outro poeta beat, Philip Lamantia, que teria visto "anjos maometanos" (Mohammedan angels) durante um transe.

No Corão, os anjos, ao lado dos homens e djinns, são os seres inteligentes da Criação. A crença neles -presente em toda tradição abraâmica- é tão relevante que o texto indica, dentre vários versículos, que "a verdadeira virtude é a de quem crê em Allah, no Dia do Juízo Final, nos anjos, no Livro e nos profetas (...)" (2:177).

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Os "exagerados"


Publicamos agora o verbete "Ghulat", da Wikipedia, vertido para o português por nós. Trata-se do termo utilizado para abarcar correntes e seitas do Islã, em particular no ramo xiita, que exorbitam, "extrapolam", em determinados quesitos doutrinários e teológicos, o que lhes valia a pecha de heresia. A maioria desses grupos perdeu-se ao longo dos séculos. Inauguramos com isso a categoria "Curiosidades" no blog, com assuntos de interesse meramente histórico, peculiares ou apenas pitorescos.

A imagem que ilustra o post, sem relação com o tema, é um detalhe de "Santo Estevão consagrado diácono" (1511-14?), pelo italiano Vittore Carpaccio (1450-1525). Neste link a tela pode ser vista na íntegra.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Um "louco" muito sábio


Escolhemos como primeiro post desde novo ano de 2017 -queira Allah que seja próspero- este curioso "causo", tendo como protagonista Wahab ibn Amr "Bahlul". Neste link há informações sobre sua vida, com algumas variantes em relação ao texto abaixo (por exemplo, Bahlul é apontado como ligado ao imam Khadim, e não a al-Sadiq). Independentemente do rigor histórico, é uma saborosa história. Vertemos o texto para o português a partir daqui, de onde também extraímos a imagem ilustrativa, cuja fonte infelizmente não logramos localizar.

Abu Hanifa e Bahlul

Bahlul significa "sábio" e "chefe". Assim se chamava um famoso companheiro do imam Jafar al-Sadiq, que viveu até os imamatos de Ali al-Hadi [an-Naqi] e Al-Askari. De forma pitoresca, também é conhecido comumente como Bahlul Majnun (Bahlul, "o Louco"), porque se fingia de louco para se livrar das responsabilidades do cargo de magistrado, como lhe tinha sido oferecido pelo califa Harun al-Rashid.

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